Em janeiro de 2020, tive a chance de visitar o Equador novamente (a primeira vez foi em 2008). A diferença é que na primeira vez visitei as províncias de Guayas e Manabí, ambas no litoral. Em Quito, fiquei apenas algumas horas... Desta vez, pude conhecer Quito (que fica na província de Pichincha) e Otavalo (na província de Imbabura).
Apesar de pequeno em extensão territorial, o Equador é um país com grande diversidade de climas e, consequentemente, de cultivos agrícolas, devido ao fato do país ser dividido no meio pela Cordilheira dos Andes. Alguns dos vulcões mais altos da América do Sul estão, inclusive, no Equador, e em atividade.
Essas condições de topografia e clima, associadas à atividade dos povos que lá habitavam antes dos colonizadores espanhois, fizeram emergir um conjunto de espécies bem diferentes das que a gente tem no Brasil. Portanto, andar pelas ruas e mercados de Quito é uma verdadeira festa para os sentidos de quem ama comida.
Confira, em alguns cliques:
Quito tem muitos mercados... alguns em zonas mais turísticas e outros visitados pelos locais. Os primeiros têm a vantagem de ter um atendimento melhor a quem vem de fora... mas são mais caros... Nos mercados, além de alimentos, o número de estabelecimentos que vendem plantas medicinais é enorme. Plantas que curam todo tipo de mal físico ou espiritual.
Prá não falar do comércio de rua! Ao longo da calçada, a gente vai comprando e experimentando plantas conhecidas e desconhecidas. Essa, por exemplo, é a sanágua. Ela é o fruto de uma palmeira que a gente corta uma tampinha e bebe a água que tem dentro. Depois de beber a água, usa o fruto para ferver e bebe a infusão. Segundo a vendedora, essa planta tem muitas propriedades medicinais e deve ser consumida ao longo de 9 dias consecutivos para um melhor efeito.
Este é o taxo, na Colômbia conhecido como curuba. Apesar de parecer uma banana, trata-se de um maracujá. Não é tão azedo quanto o nosso maracujá-azedo mas não chega a ser doce. Come-se de colherinha ou em sucos e doces.
Tomate de árbol, um parente do nosso conhecido tomate mas que produz uma planta alta. É um ingrediente de uma salsa (molho) muito comum no Equador e que também leva coentro, cebola e, claro, ají.
Uvilla. Apesar do nome sugerir que se trate de um parente da uva, na verdade pertence à mesma família do tomate e da batata. É aquela frutinha que a gente conhece no Brasil por Physalis, que vem com umas folhinhas secas e que é muito usado em decoração de doces finos.
Ishpingo é um fruto seco de uma planta da mesma família do abacate. Ele é usado no preparo de chás e também como saborizante. Tem um odor entre canela e cravo, adocicado e agradável.
Tocte. Prima-irmã da nogueira que a gente conhece, mas que só ocorre nos países andinos. Por ter seu habitat ameaçado, é considerada uma espécie em risco.
Ají. É uma das espécies de pimentas nativas dos Andes. Ela é bem aromática e moderadamente picante. Ingrediente obrigatório em todos os restaurantes no Equador, para o preparo de molhos.
Ao longo da nossa estadia, a gente foi comprando essas plantas e outras tantas... olhem que lindeza esse arranjo de frutas nativas dos Andes! Pena não poder trazê-las assim para o Brasil... mas a boa notícia é que a gente fez geleias, que serão degustadas na nossa II Jam Party (12/2/2020), na Cervejaria Charada, em BH. Quer provar? Então inscreva-se para garantir o seu ingresso!